Qual é o verdadeiro tamanho da minha dor?

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Enquanto somos mais jovens, a ausência de experiências marcantes afeta a adequação das demais experiências a uma escala de valoração que seja proporcional ao fato, sem exageros ou reducionismos. Com a vivência, muitos acontecimentos acabam tendo sua intensidade amenizada por outros maiores. Por exemplo: para uma jovem de 16, 17 anos, perder um namorado é uma experiência conturbada, mas não se compara à perda de um pai, uma mãe ou um parente muito próximo.

Desse modo, quando um acontecimento de maior intensidade vem, os demais acabam por perder a importância (ou melhor, assumir a importância que lhe é devida, sem exageros).

As demais circunstâncias também são marcadas: os momentos de simplicidade se tornam mais felizes, porque se aprende a dar valor a cada instante. Para uma mãe, todas as alegrias serão comparadas e medidas tendo como referência, por exemplo, o nascimento dos filhos. É a vida voltando à proporcionalidade.

Tudo na vida é posto sob medida tendo em vista alguma coisa com grau máximo (ou o que se considera como sendo o máximo). Comparamos algo quente ao sumamente cálido, que é o fogo, por exemplo. Com os sentimentos, sofrimentos e emoções acontece da mesma maneira: precisamos de um referente que seja sumamente o que ele é (seja sumamente dor, sumamente feliz, sumamente triste etc.).

Sendo assim, tudo o que tentamos comparar como sendo, por exemplo, doloroso, vai depender de uma dor que vivemos ao longo da vida, que normalmente não é tão dolorosa quanto a dor de alguém que viveu mais tempo e muitas tantas experiências. Mas como o ser humano não é fórmula matemática, pode ser que aconteça diferente. Uma criança também pode viver dores muito grandiosas na infância e na juventude, entretanto, isso não é o mais frequente.

O correto equilíbrio das emoções passa pela valoração correta dos sentimentos.

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