A história da História

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Proposta de texto de introdução à história para o 6º ano do Ensino Fundamental.

Prof. Josimar Rodrigues[1]

Quando olhamos um álbum de fotos antigas da família, sempre notamos algumas diferenças entre coisas daquele tempo e a nossa realidade hoje. Há diferenças na roupa, nos objetos ou mesmo nos cortes de cabelo. Tudo é diferente.

Mas será que são só os objetos e os cortes de cabelo? Parece que não. Até mesmo as práticas comuns mudaram. Por exemplo: quem já ouviu a avó falar que, no tempo dela, todas as crianças pediam “a bênção” aos mais velhos? E por que quase não vemos mais ninguém fazendo isso? Porque também as ações mudam com o tempo.

Entretanto, nem tudo muda. Há coisas que mudam e outras que permanecem. Os valores morais, a ética, são, por exemplo, imutáveis. Por mais que o tempo passe, é sempre correto o respeito mútuo, a honestidade, a justiça — mesmo que muitos deixem de cumprir. E este processo de mudança e permanência é o objeto de estudo da história.

Quando o historiador se debruça sobre as fontes históricas, que são vestígios deixados pela humanidade e que servem de testemunho de um acontecimento, um período, ele pode estudar as mudanças históricas e também o agente da mudança, que é o homem em seu tempo.

Há diversos tipos de fontes históricas oral, visual, escrita, cultura material — e todas servem como objeto de estudo. Jacques Le Goff, historiador francês, explica que “a história começou como um relato, como uma narração daquele que podia dizer ‘eu vi, eu senti’”. Mas o relato, que seria uma fonte oral, poderia se perder com o tempo. Por isso, desde a antiguidade, a ciência histórica reúne documentos e escritos, e faz deles testemunhos. É assim que a história pode ultrapassar o limite dos séculos, superar o limite das testemunhas oculares.

Aqui entendemos a função do historiador, que, segundo Heródoto, é a de “procurar as ações realizadas pelos homens”. Ao mesmo tempo que o homem realiza a ação e modifica a história, ele é modificado por ela. Ao mesmo tempo que o homem é o agente da história, a história modifica seu modo de pensar, vestir, agir e falar. É por esse motivo que, por exemplo, ao olharmos as fotos antigas de nossos avós, percebemos que se vestiam de maneira diferente de como vestimos hoje.

Quando estudamos história, devemos entender que os sujeitos históricos não são apenas grandes líderes, presidentes, reis, mas todos os homens que viveram e que nos deixaram um legado. Veja, por exemplo, que iniciamos esse texto falando dos álbuns de família. Não estamos falando das fotografias do rei ou da rainha, mas de nossos antepassados. Eles também nos legaram uma história e são, portanto, sujeitos da história.

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[1] Licenciado em Filosofia (FAERPI) e História (UNICSUL), pós graduado em Filosofia (UNESA), Psicopedagogia Clínica e Institucional (UCAM) e Gestão Escolar (FARESE). Atualmente cursa Pedagogia (UNIÍTALO).

Bibliografia

LE GOFF, J. História e memória. Campinas: Unicamp, 1990.


COMPETÊNCIAS BÁSICAS:

A questão do tempo, sincronias e diacronias: reflexões sobre o sentido das cronologias

(EF06HI01) Identificar diferentes formas de compreensão da noção de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).

Formas de registro da história e da produção do conhecimento histórico

(EF06HI02) Identificar a gênese da produção do saber histórico e analisar o significado das fontes que originaram determinadas formas de registro em sociedades e épocas distintas.

  1. Nicolas H. Mourão Peres

    Futuramente quero que, mais ou menos aos 25 anos de idade já consiga entrar na área do empreendedorismo, E ajudar os mais necessitados com o que eu poder, para num futuro próximo eu possa dar aconchego a meus familiares. Poder construir uma empresa é um sonho que espero que se realize

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