Dos canibais – Conteúdo para a aula

PROPOSTA DE LEITURA:

Ensaio: Os Canibais, de Michel de Montaigne


Breve Resumo do Ensaio:

Mas, afinal de conta, quem são os bárbaros?

O clássico texto Dos canibais nos revela a interpretação sobre o Velho e o Novo Mundo por meio da marcante linha de pensamento do filósofo francês Michel Montaigne. Essa análise, organizada por Plínio Junqueira Smith, permite aos leitores uma profunda interpretação sobre como compreender e avaliar outro povo, aproximando o desconhecido e interpretando seus costumes e práticas de modo a nos levar a entender nossa própria sociedade.

O canibalismo foi abordado por Montaigne através do contato dos europeus com os índios, habitantes do Novo Mundo e, em especial, dos índios brasileiros. Essa prática, condenada pelos europeus, adquiriu novos modos de interpretação em que diferentes visões eram usadas pelo filósofo francês em múltiplos significados simbólicos. Entre as diversas suposições estaria a de que o canibalismo era uma maneira pela qual um guerreiro adquiriria a força e a coragem do herói vencido. Mas, o canibalismo também era interpretado pelos europeus como uma das mais primitivas barbaridades, sem propósito maior do que o sofrimento humano. Dessa maneira, Montaigne retrata, neste texto clássico, as mais diversas interpretações e medos a respeito do desconhecido Novo Mundo.

O livro também serve de porta de entrada para o complexo pensamento de um dos mais brilhantes filósofos da tradição ocidental. Para Montaigne, num jogo sutil de argumentação, os “bárbaros” não seriam aqueles que habitavam a parte desconhecida do mundo, mas sim os indivíduos que se encontravam no Velho Mundo.

Sobre o autor: Michel Eyquem de Montaigne (1533- 1592) foi escritor e ensaísta francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus “Ensaios” analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo.

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